kandinsky composição VI 1913 Caos e Ordem

Cintia Marilia Cardoso Rodrigues

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Santo André, São Paulo, Brazil
Atendimentos clinicos adulto e infantil. *** Pós graduada lato sensu Psicoterapia Psicanalitica - USP *** Especialista em Teoria Psicanalitica PUC/ SP. *** Clinica Freudiana *** Clinica Lacaniana *** Clinica Extensiva em Bion *** Clinica Extensiva Melanie Klein *** Membro Sociedade Rorschach SP. ** Grafoanalista. ** Membro APP - Associação Psicoterapia Psicanalitica. Aprimoramentos em Psicossomática, Interpretação dos sonhos,Toxicomania,Transtornos alimentares, Depressão e seus vieses, Transtorno Pânico, Fobias entre outros desdobramentos psiquicos.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Vértices Bionianos...

Os vértices bionianos podem ser pensados como pontos de vista simultâneos e multidirecionais assestados sobre um evento; evento definido por nossa percepção desse conjunto infinito de relações que nos remetem à pré-concepção: a criança e seu mundo preconcebidos num interjogo onde ambos são continente e contido.

Posições sutilmente mutáveis, onde continente torna-se contido e vice-versa; assim, o filho torna-se continente da "maternidade" de sua mãe. Falando em termos de vértices, a conjugação de nossos dois modos de ser através de uma atitude de sem memória sem desejo talvez decorra de uma atitude de desapego de qualquer vértice, uma atitude de não–vértice.

O modelo bioniano parece-me prenhe de esperança. Faz pensar em compaixão, um sentimento da unidade possível pelo abandono de posições estabelecidas, ou como diria Freud, desinvestimento de bezetzungen.

Relembro o poema número treze do TAO-TE-KING, onde Lao-Tse nos fala quase literalmente da ausência de memória e desejo:


Favor e desfavor geram angústia
Honras geram dissabores para o ego.
Por que é que o favor e desfavor geram dissabores?
Porque, quem espera favor paira na incerteza.
Sem saber se o receberá.
Quem recebe favor, também paira na incerteza:
Não sabe se o conservará.
Por isto causam dissabor
Tanto o favor como o desfavor.
Por que é que as honras geram dissabor?
Todo dissabor nasce do fato
De alguém ser um ego.
E não é possível contentar o ego.
Se eu pudesse libertar-me do ego,
Não haveria mais dissabores.

Tao-Te-King Poema 13
(Versão de Humberto Rohden)




Desapegar-se da memória emocional do próprio nome, das origens, da posição, das perdas e desfavores.

Desapegar-se do desejo emocional do poder de cura, da fama, dos títulos, dos ganhos e favores.

Proponho o sem memória sem desejo não apenas como atitude técnica ou metodológica, mas antes de tudo, uma atitude ética do analista.

Sugiro até uma forma mais coloquial de dizê-lo: sem preconceito sem expectativa.

*CAMINHOS DA INTERSUBJETIVIDADE: FERENCZI, BION, MATTE-BLANCO
Ignácio Gerber

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